Ex-assessora diz que gabinete recebia vários prefeitos
O ex-deputado José Antonio Bruno (DEM), o Zé Bruno, recebia "no
mínimo 30%" de comissão por emenda aprovada a pedido de prefeitos. A
revelação foi feita em depoimento formal à CGA (Corregedoria-Geral da
Administração) por uma ex-assessora parlamentar de Zé Bruno, que deixou a
Assembleia Legislativa de São Paulo em 14 de março, ao fim de seu
mandato.
A nova testemunha disse que "a comissão era paga normalmente em
espécie, o dinheiro era acondicionado em envelopes ou enrolado em
elástico".
O relato da ex-assessora ocorreu dia 29 de setembro passado. Ela
confirma denúncia de outra testemunha, que também assessorou Zé Bruno,
sobre suposto esquema de venda de emendas parlamentares envolvendo
prefeitos do interior paulista.
- O prefeito de algum município solicitava ao deputado liberação de
uma respectiva quantia, via emenda, para a realização de alguma obra.
Segundo ela, quando o valor era liberado Zé Bruno recebia "um
porcentual do montante total", a título de comissão. O dinheiro, afirma,
era levado por um certo Fabrício que frequentava o gabinete do
parlamentar.
O próprio Zé Bruno declarou que Fabrício certa vez levou a ele uma relação de emendas.
- Ele dizia que era amigo de outros deputados. O Fabrício foi várias vezes no meu gabinete, sempre com os prefeitos.
A ex-assessora conta que "algumas vezes" o dinheiro também era
depositado nas contas bancárias de dois bispos da igreja fundada por Zé
Bruno, a Casa da Rocha - um deles seria sócio da empresa Iktus Comércio
Ltda, que administra os negócios e contratos da Resgate, banda musical
do ex-deputado.
A ex-assessora parlamentar contou, ainda, que várias reuniões eram
realizadas com prefeitos. Citou que era comum o gabinete receber
"diversas ligações telefônicas de prefeitos ou seus assessores que
perguntavam sobre Fabrício ou o próprio deputado".
- Houve uma oportunidade em que uma prefeita [cujo nome disse não se
recordar] chegou ao gabinete e perguntou por Fabrício e pelo deputado,
ambos não se encontravam.
A prefeita foi levar dinheiro, segundo a denunciante. A entrega da propina teria ocorrido "entre maio e junho de 2009".
- A prefeita pediu que eu entregasse ao deputado um envelope, o qual continha valor em dinheiro, cujo montante eu não contei.
Na última terça-feira (4), Zé Bruno disse que não negociava emendas.
Fonte: http://noticias.r7.com/brasil/noticias/deputado-e-acusado-de-receber-30-por-emenda-20111005.html
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quarta-feira, 5 de outubro de 2011
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