Há propostas como o fim do foro privilegiado e a promulgação do projeto de lei que caracteriza a corrupção como crime hediondo
Em Brasília, manifestantes no protesto contra a corrupção mostram a capa de VEJA com José Dirceu (Ueslei Marcelino/Reuters)
Tantos brasileiros, com tantas ideias diferentes, conseguiram reunir-se na mesma hora e local por causa de algumas dezenas de pessoas que tomaram a frente dessa mobilização que nasceu na internet e desembarcou nas ruas em pleno feriado da Independência. Eles negam o rótulo de organizadores – preferem ser chamados de moderadores.
Uns mais politizados, outros nem tanto, esses moderadores acabaram envolvidos neste movimento que, além desta terça-feira, tem mais três datas confirmadas para o próximo mês (dias 2, 12 e 15 de outubro). Desconfiados de que apenas gritar contra a corrupção pode não trazer resultados efetivos, eles resolveram dar uma cara de reivindicação ao movimento.
"Essa é uma fase em que cada um está fazendo seu protesto e, devagarinho, estão começando a colocar ideias dentro da luta”, explica o porto-alegrense Adilson Di, cabeça do movimento que promove outro protesto na manhã desta terça-feira, no Rio Grande do Sul. “Não simplesmente lutando contra a corrupção, mas pelo que querem combater na corrupção”. Algumas capitais definiram seu grito, outras ainda organizam reuniões – que não costumam juntar mais de cinquenta pessoas – para estipular as principais reivindicações.
Em Brasília, a vendedora Lucianna Kalil pretende colher assinaturas durante o protesto, agendado para 12 de outubro, para exigir o fim do voto secreto e a aplicação da lei da Ficha Limpa. Nos outros grupos, há propostas como o fim do foro privilegiado, a revisão dos critérios para aprovação de emendas e a promulgação do projeto de lei que caracteriza a corrupção como crime hediondo.
O princípio - A mobilização na internet se disseminou com tanta velocidade que muitos não sabem que o protesto que inaugurou o movimento no Facebook ainda nem aconteceu. Batizado de “Todos juntos contra a corrupção”, o evento pioneiro está marcado para o fim da tarde desta terça-feira na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. Criado “sem compromisso”, conta a empresária Cristine Maza, movimentou 200 pessoas na rede social em apenas quatro horas. Uma das organizadoras do protesto, ela espera que a marcha reúna mais de 20 mil pessoas. No Rio, os manifestantes ainda não definiram suas reivindicações. “Não queremos perder o foco inicial, que é juntar gente e fazer o movimento crescer”, diz Cristine.
Nenhum comentário:
Postar um comentário