Ex-prefeito de Marechal deve ser transferido para o Pará no próximo sábado.
O ex-prefeito de Marechal Deodoro, Danilo Dâmaso, deverá responder por lavagem de R$ 20 milhões. Esse é o montante de recursos que foram financiados pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) a pedido de Dâmaso e que, segundo a Polícia Federal, podem ter sido desviados da finalidade original. As investigações estão sendo conduzidas pela Polícia Federal do Pará e são do conhecimento do Ministério Público Estadual.
Um inquérito foi entregue ao Ministério Público do Pará e outros dois ainda estão em poder da Polícia Federal. Conforme o delegado Paulo Kisner, as três investigações apuram a destinação de cerca de R$ 20 milhões que foram contraídos, via empréstimos junto à Sudan, pelo ex-prefeito Danilo Dâmaso.
“Ele veio até o Pará, fez os pedidos de crédito e teve os valores de R$ 14 milhões, R$ 4 milhões e R$ 2 milhões, respectivamente, aprovados pela Superintendência. A alegação para conseguir o financiamento era de que o dinheiro seria utilizado na modernização de empresas de sua propriedade, que, por consequência, também ajudariam a levar desenvolvimento à Vitória de Xingú e Ananindeua. Mas, as investigações mostram que a verba foi usada para comprar fazendas, cabeças de gado, caminhões e tratores”, informou o delegado.
Como está preso e será transferido para a delegacia da Polícia Federal de Altamira no próximo sábado, Danilo Dâmaso deverá ser ouvido sobre as acusações. “Inclusive, comprovamos que ele usava laranjas para abrir novas empresas e para contrair os empréstimos. Tem transações feitas nos nomes do Liberalino Ribeiro de Almeida Neto, no nome da Danielle Dâmaso e também em nome de Benedito da Silva. Este último está entre as 10 pessoas presas ontem durante a operação ‘Pandilha’. Ele está detido aqui em Altamira”, detalhou Paulo Kisner.
Operação Pandilha
Danilo Dâmaso foi preso por volta das 06h da manhã de ontem, durante a realização da operação ‘Pandilha’, que, segundo o dicionário, significa pessoa que entra em conluios para enganar outros. A ação foi desencadeada nas primeiras horas desta quarta-feira (24) pela Polícia Federal do Pará em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU).
Conforme a Polícia Federal, a operação teve o objetivo de desarticular uma organização criminosa acusada de desviar recursos públicos federais por meio de fraudes em licitações. O esquema utilizaria empresas fantasmas em nomes de ‘laranjas’, superfaturava preços de bens e serviços e efetuava pagamentos por serviços não executados.
Após as investigações, a PF descobriu que o prefeito reeleito da cidade, Liberalino Ribeiro de Almeida Neto, comandaria a suposta quadrilha. Ele foi preso ontem, em Belém, ao lado da namorada, Rosely Braga, quando ambos estavam na capital Belém, no Pará.
O esquema fraudulento era comandado pelo próprio prefeito e envolvia verba federal que deveria ser aplicada em políticas públicas nas áreas da Saúde, Educação e Assistência Social. Para descobrir o rombo, que pode chegar a R$ 17 milhões, a PF contou com o apoio da CGU, que, em junho último, fiscalizou toda a documentação sugerida pelo delegado Paulo Kisner. Até o momento, de acordo com o delegado, teria sido comprovado o desvio de R$ 5,5 milhões.
A Polícia Federal garante que Danilo Dâmaso, pai de Liberalino, participava do esquema e também teria desviado, quando chefe do Executivo de Marechal Deodoro, recursos do município para ajudar a eleger o filho prefeito de Vitória do Xingú. O dinheiro público também o ajudara a comprar imóveis rurais e a montar empresas em cidades do interior do Pará.
Outras acusações
É grande a lista de acusações que pesam contra Danilo Dâmaso. Em 2005 ele foi preso na operação ‘Gabiru’, da Polícia Federal, acusado de desviar recursos vindos do Ministério da Educação e que teriam que ser aplicados na compra de merenda escolar.
Em março deste ano, o delegado federal Polybio Brandão indiciou Dâmaso por desacato à autoridade. Ele teria dito que o juiz Léo Denisson Bezerra de Almeida, titular da Comarca de Marechal, era um Durante sessão na Câmara de Marechal, Danilo disse que o juiz seria 'ladrão e batedor de carteira'.
No ano de 2008 ele foi alvo de uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa porque teria pago, indevidamente, em 2004, com verbas carimbadas do Fundef e recursos creditados na conta do município, a título de royalties, diferenças de subsídios supostamente devidas a seis vereadores de Marechal Deodoro.
Em 2007 o Ministério Público de Alagoas entrou com mais uma ação de improbidade administrativa contra o então prefeito de Marechal Deodoro. Ele foi acusado de ter contratado sem licitação a empresa JJ-Consultoria e Assessoria Ltda (Cercon) para realização do concurso público de 2006. Segundo o MPE, Dâmaso não teria dado a devida publicidade ao edital e favorecera seus parentes e os de autoridades do estado na fase das nomeações.
Também em 2007, ele novamente ‘visitou’ a carceragem da PF depois de ter sido preso na operação ‘Carranca’, que investigou fraudes em licitações de obras públicas no estado de Alagoas entre os anos de 2004 e 2006.
Fonte: http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=239286
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sábado, 27 de agosto de 2011
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