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sábado, 27 de setembro de 2014

PF apura conexão entre quadrilhas de Cachoeira e Youssef


Documentos apreendidos mostram relação entre empreiteiras ligadas aos dois esquemas
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PF apura conexão entre quadrilhas de Carlinhos Cachoeira e Youssef - Agência Senado/Arquivo / Geraldo Marela
 
BRASÍLIA — A Polícia Federal encontrou no escritório da contadora Meire Poza documentos que revelam as conexões entre duas quadrilhas flagradas em escândalos com desvio de recursos públicos nos últimos anos. Contratos, notas fiscais e extratos bancários que estavam com a contadora mostram que uma empresa de fachada do doleiro Alberto Youssef manteve negócios com outra empresa de fachada que atuava no esquema operado pelo bicheiro Carlos Cachoeira. Do lado de Youssef está a RCI Software. Do lado de Cachoeira, que mantinha ligações com a empreiteira Delta, aparece a empresa Alberto & Pantoja.

Repasses de dinheiro da Pantoja para a RCI foram descobertos pela CPI do caso Cachoeira, mas na época não se conseguiu avançar na identificação do que era aquele dinheiro. Nem a quem se destinava. Agora, com os novos documentos apreendidos pela PF, os investigadores já sabem que a RCI não só está na lista de empresas operadas por laranjas de Youssef como foi usada para arrecadar dinheiro junto a grandes empreiteiras do país envolvidas com a Petrobras. No escritório de Meire Poza foram encontrados contratos em nome da RCI e várias notas fiscais. Um deles é assinado pela construtora OAS. Outro pelo consórcio Sehab, formado pela mesma OAS e pela construtora Constran.
Os documentos mostram como o doleiro está próximo da empreiteira. O consórcio Sehab foi criado no dia 27 de setembro de 2010. Um dia depois o consórcio assinou contrato com a prefeitura de São Paulo, na gestão de Gilberto Kassab (PSD), para obras de urbanização da favela Real Parque, no montante de R$ 140,8 milhões. No dia 4 de outubro, um dia depois das eleições, a RCI foi contratada pelo consórcio para prestar consultoria em “implantação de software”. O contrato vincula o pagamento de R$ 280 mil ao “êxito” do negócio.

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EMPREITEIRA EM NOME DE LARANJA
No caso da OAS o contrato é de R$ 225 mil para “consultoria em informática”. Foi assinado em julho de 2010 e tem texto semelhante ao do assinado pelo consórcio. Há também a previsão de que o pagamento só será realizada após o “êxito” do contrato.

Em maio de 2012, encontrado pelo GLOBO em São Paulo, Eufranio Ferreira Alves confessou ser laranja. Na época, a RCI tinha sido listada pela CPI do Cachoeira por ter recebido repasses de recursos da Alberto & Pantoja. Alves contou que tinha emprestado o nome a pedido de um amigo, Waldomiro de Oliveira. Hoje, se sabe que Oliveira é um dos homens de confiança de Youssef, investigado na Operação Lava-Jato da PF.
A CPI enviou um ofício à empresa pedindo esclarecimentos. Em agosto de 2012, em resposta assinada pelo mesmo Alves que se disse laranja, a RCI afirma que o repasse feito pela empresa ligada a Cachoeira referia-se à venda de nove computadores e seis servidores. A CPI concluiu que a empresa recebeu R$ 753 mil em quatro transações no ano de 2010. Ressaltou que nas declarações da própria RCI da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) não há registro de qualquer funcionário que tenha atuado na empresa entre 2008 e 2011, o que reforçaria indício de irregularidades. O relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG) a colocava entre as que deveriam ser investigadas posteriormente pelo Ministério Público, mas o seu parecer acabou sendo rejeitado. O texto aprovado pela comissão não indiciou ninguém.
Documentos apreendidos pela PF no escritório de Meire Poza em julho passado mostram que o endereço da sede da RCI em São Paulo (SP) é no mesmo prédio em que está registrada a MO Consultoria, outra empresa pela qual passaram recursos de fornecedores da Petrobras, e o controlador de fato era Youssef. O telefone das duas empresas é o mesmo. O GLOBO tentou contato ontem com a construtora OAS, mas não obteve retorno. A assessoria do ex-prefeito Gilberto Kassab disse que a contratação da RCI foi feita pelo consórcio Sehab, e não pela prefeitura. Ressaltou ainda que a licitação da obra de urbanização da favela foi auditada pelos tribunais de contas do município e da União, e que não foi constatada irregularidade.

Fonte: http://oglobo.globo.com/brasil/pf-apura-conexao-entre-quadrilhas-de-cachoeira-youssef-13936175

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Qual critério tem mais peso ao escolher o candidato de sua preferência?

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Você concorda com a reforma ministerial, e diminuição da quantidade de ministérios? Atualmente são 39 no total. EUA, Reino Unido, Rússia e México têm em média 20 ministérios.