Partido também quer ouvir o policial militar João Dias Ferreira, que contou a VEJA como funcionava o esquema de corrupção no Ministério do Esporte
O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), protocolou nesta segunda-feira uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo que o órgão abra inquérito para apurar o esquema de corrupção instalado no Ministério do Esporte. O partido também apresentou requerimento de audiência pública na Comissão de Turismo e de Desporto da Câmara dos Deputados para ouvir o policial militar João Dias Ferreira.Em entrevista a VEJA, o policial, que estava entre os militantes do PC do B presos no ano passado por desviar dinheiro do programa Segundo Tempo, revela detalhes de como funciona a engrenagem que, calcula-se, pode ter desviado mais de 40 milhões de reais nos últimos oito anos. O militar conta que o ministro do Esporte, Orlando Silva, chegou a receber, pessoalmente, dentro da garagem do ministério, remessas de dinheiro vivo provenientes da quadrilha. O Segundo Tempo foi criado pelo governo federal para incentivar crianças carentes a praticar atividades esportivas.
"A acusação é grave. É preciso que o Ministério Público investigue esse esquema montado no Ministério do Esporte", afirmou Bueno. Além do policial João Dias, o PPS também pedirá depoimento de Célio Soares Pereira, que disse a VEJA ter entregado dinheiro ao ministro Orlando Silva.
Defesa - O ministro rebateu as acusações. De Guadalajara, no México, onde participou da cerimônia de abertura dos Jogos Panamericanos, Orlando Silva se disse chocado com a denúncia e classificou o denunciante como “bandido”. O ministro afirmou que tinha conhecimento de que o policial ameaçara fazer denúncias públicas envolvendo sua pasta e admitiu ter recebido João Dias no ministério, a pedido de seu antecessor na pasta e atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).
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