No primeiro mandato parlamentar em Brasília, o deputado Dr. Charles (PTB) demonstrou que leva jeito para as negociações políticas. O petebista participou ativamente da campanha do candidato do PP em Águas Lindas, Geraldo Messias, e após a vitória do candidato, amarrou a nomeação da filha Maria Caroline Fleury para a Secretaria de Finanças. A área lida com toda a movimentação do orçamento do município, que em 2008 foi de R$ 35,1 milhões.
Aos 26 anos, esse é o primeiro cargo público ocupado por Caroline, que se formou em ciências políticas. O distrital também conseguiu indicar a secretária de Saúde na cidade.
Margareth Ariosa trabalhava no gabinete do deputado em Brasília. Antes de ela assumir a vaga em Goiás, outra pessoa também indicada pelo parlamentar da Câmara Legislativa havia ocupado a secretaria. Ex-subsecretário de Vigilância à Saúde no DF, Joaquim Barros Neto foi sugerido por Dr. Charles, mas ficou no posto pouco tempo e pediu para sair alegando motivos pessoais.
Dr. Charles afirma que a nomeação da filha não foi combinada previamente com Geraldo Messias, mas "aconteceu naturalmente". Segundo o distrital, Maria Caroline trabalhou na campanha do candidato vitorioso e, por isso, "tornou-se merecedora do posto". Dr. Charles se queixa de não ter tido a oportunidade de aproveitar o talento da filha em causa própria. "Fico arrasado por não tê-la trabalhando aqui bem ao meu lado. É uma pena, porque essa história do nepotismo limita muito a gente", lamenta.
"Indicação legítima"
Benedito Domingos (PP) também emplacou um filho no primeiro escalão de Águas Lindas depois de subir no palanque de Messias. Rebento do distrital, Marcos Domingos tornou-se secretário de Obras da cidade goiana. Filiado ao PSDC, Marcos também participou da campanha em favor do candidato vitorioso. "É uma indicação legítima, porque o cargo de secretário é de natureza política e o meu filho integrou a chapa vitoriosa. Agora, nada mais justo do que participar da administração", defende Benedito Domingos.
Há um ano e meio, Marcos Domingos transferiu o título eleitoral para Águas Lindas. Mas o secretário de Obras não sabe ainda se vai fincar raízes políticas na cidade do Entorno. "Por enquanto, estou como colaborador do prefeito, mas sou um técnico e trabalho para ajudar a trajetória política do meu pai. Ainda é cedo para dizer se vou ficar por aqui", afirmou.
Marcos cursa o último ano de gestão pública na faculdade Unieuro, em Brasília. Assim como Maria Caroline, o secretário de Obras não mora em Águas Lindas e viaja todos os dias para a cidade goiana.
Os dois filhos de distritais estão no contrafluxo de um grupo de 75 mil trabalhadores que de segunda a sexta- feira saem de Águas Lindas e vêm trabalhar na capital, em geral em busca de salários bem mais modestos que os R$ 6 mil pagos para os secretários municipais.
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