Entre os que consentiram com o silêncio está o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), que é réu no processo do mensalão.
Há uma regra não escrita no Congresso: quem falta às sessões de
cassação vota pela absolvição do parlamentar investigado. A deputada
Jaqueline Roriz (PMN-DF) se beneficiou de 61 ausências. O presidente da
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, João Paulo Cunha
(PT-SP), por exemplo, foi um dos parlamentares que ajudaram a filha do
ex-governador Joaquim Roriz a escapar da cassação.
Com as faltas, ficou mais difícil alcançar o número de 257 votos
necessários para decretar a perda de mandato de Jaqueline. João Paulo é
réu no processo do mensalão. Caso o precedente de se cassar um
parlamentar por fato anterior ao mandato fosse uma tese vencedora,
seriam muito maiores as chances de que ele, no futuro, viesse a ser alvo
de processo semelhante.
Esta não foi a única vez que João Paulo tentou ajudar Jaqueline no
processo. Com a cassação recomendada pelo Conselho de Ética, a deputada
recorreu à Comissão de Constituição e Justiça para tentar reverter a
decisão. Presidente do colegiado, ele escolheu Vilson Covatti (PP-RS)
para relatar o recurso. O deputado do PP era o único da comissão que
tinha votado a favor de Jaqueline no Conselho de Ética e, como se
esperava, ele apresentou um parecer em defesa da colega.
O temor do futuro levou outra deputada a ajudar Jaqueline com sua
ausência. Fátima Pelaes (PMDB-AP) é a autora da emenda parlamentar que
deu origem às supostas fraudes investigadas pela Operação Voucher da
Polícia Federal, na qual foram presas 35 pessoas, algumas da cúpula do
Ministério do Turismo. Fátima faltou à sessão em que foi selado o futuro
de Jaqueline. Como também deverá ser alvo de investigação por quebra de
decoro, ela poderá esperar, com seu gesto, a retribuição da colega.
A lista dos ausentes traz outros parlamentares conhecidos. O
corregedor, Eduardo da Fonte (PP-PE), é um deles. O secretário de
comunicação do PT, André Vargas (PR), é outro. Primo do ex-senador Jader
Barbalho, o deputado José Priante (PMDB-PA) também não votou e ajudou a
salvar a colega.
Fonte: http://www.istoe.com.br/reportagens/156070_AUSENTES+TAMBEM+AJUDAM+A+ABSOLVER+JAQUELINE+RORIZ
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