Vereador é preso cobrando propina para votar a favor de projeto em Brotas, SP

SÃO PAULO - O vereador Fernando Pissoli (PDT), de 34 anos, de Brotas, a 240 quilômetros da capital, foi preso por corrupção e está na delegacia seccional de Rio Claro. Ele é acusado de pedir dinheiro para o secretário de Esportes, Antônio Jorge Salla, para votar a favor do prefeito Antônio Benedito Salla na comissão processante que decidirá sobre sua cassação. O dinheiro seria usado para pagar contas particulares do vereador no valor de R$ 11.850,00.

Há bastantes provas contra ele, que mostram a prática do crime de corrupção passiva

Jorge Salla, que é filho do prefeito, comunicou o fato à Polícia Civil. Um novo encontro foi marcado e, com a autorização do Ministério Público, tudo foi gravado.

As cédulas do dinheiro que seriam entregues foram copiadas antes para servir de prova para o flagrante. O vereador, que é do mesmo partido do prefeito e cumpre o primeiro mandato, apresentou uma lista com as dívidas para justificar o valor e foi preso com R$ 1 mil no bolso.

- Dívidas da lanchonete, da bicicletaria que ele tinha. Inclusive, ele tinha o boleto de um banco de R$ 960 que ele tinha que pagar, quando pediu R$ 1 mil adiantado - disse o secretário.

- Ele não teve reação e não esperava que naquele momento fosse ser surpreendido. Há bastantes provas contra ele, que mostram a prática do crime de corrupção passiva - disse o delegado Douglas Falsarella.

O advogado de defesa do vereador, Uíli Sucasas, informou que ele é inocente, mas disse que ainda não teve acesso às imagens gravadas na Secretaria de Esportes e nem ao áudio da conversa. O advogado vai pedir a soltura do vereador, que está preso na carceragem da delegacia seccional de Rio Claro.

Em janeiro deste ano, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi aberta para investigar irregularidades na administração do prefeito Salla. Entre as acusações, estava o desvio de finalidade de recursos públicos e gastos irregulares.

Os trabalhos de investigação se encerraram em abril e as irregularidades foram confirmadas. Foi marcada para o dia 2 de agosto a votação que deve criar uma comissão processante e, nela, os vereadores terão que decidir se o mandato do prefeito será cassado.