Pesquisar no blog do MFL

terça-feira, 20 de julho de 2010

Nas duas principais coligações que disputam o GDF, surgem as primeiras saias justas

Aliados que tinham relações com o ex-governador Arruda provocam desconforto entre eleitores de Roriz e Agnelo

Ricardo Taffner
Publicação: 20/07/2010 07:00 Atualização: 20/07/2010 07:46

As recentes mudanças nas composições políticas no Distrito Federal têm causado saias justas para os candidatos às eleições deste ano. Os líderes das duas maiores coligações partidárias trabalham para contornar as divergências internas e passar o sentimento de unidade para as militâncias, que nem sempre se entendem. Com a campanha ganhando corpo nas ruas, as divergências começam a aparecer e os constrangimentos são inevitáveis.

Na noite do último sábado, em Samambaia, por exemplo, o deputado federal Alberto Fraga (DEM), que tenta uma vaga no Senado, foi vaiado no primeiro comício feito ao lado do candidato a governador de sua coligação, Joaquim Roriz (PSC). Horas antes, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), Agnelo Queiroz (PT) — que polariza com Roriz na corrida ao Palácio do Buriti — teve de participar de evento do aliado PMDB ao lado de candidatos investigados pela Operação Caixa de Pandora(1).

Joaquim Roriz abriu oficialmente sua campanha no sábado, com uma missa na Igreja Nossa Senhora dos Pobres, no Paranoá. Em um mesmo banco sentaram juntos Maria de Lourdes Abadia (PSB), Jofran Frejat (PR), Roriz e sua mulher, dona Weslian. Quase todos os candidatos majoritários da coligação juntos. Em um banco ao lado, o outro candidato ao Senado, Alberto Fraga, sentou-se sozinho. À noite, surgiram as vaias. “Essas pessoas que me vaiaram não sabem o peso de um deputado que recebeu 100 mil votos na última eleição para uma campanha”, disse Fraga.



O hoje deputado pelo Democratas afirma ter ficado constrangido. “Até porque nunca tinha sido vaiado”, afirmou. O deputado acredita que as reações foram orquestradas por “fogo amigo”. “Tem gente chateada porque cheguei por último na coligação e ocupei a vaga ao Senado”, acusou, sem citar nomes. Fraga foi um dos maiores aliados do ex-governador José Roberto Arruda (sem partido) — um dos poucos que visitou Arruda quando ele esteve preso na Polícia Federal — e defendia o lançamento de candidatura própria do DEM ao governo do DF. Acabou cedendo no último dia de prazo para fechar as coligações. “Retirei a minha candidatura para não prejudicar os candidatos proporcionais do partido (DEM), que teriam dificuldades se saíssemos sozinhos.”

No evento de sábado, Roriz discursou em favor da unidade. “O governador entende serem naturais eventuais divergências em uma coligação que possui nove partidos e cerca de 400 candidaturas, cada um com programas e opiniões próprias”, explicou Paulo Fona, assessor do candidato. Contra Roriz, adversário político de Arruda, Fraga afirma não ter qualquer queixa. “Permaneci no palanque em respeito a ele, mas se eu sentir diferença de tratamento, eu vou saber a hora de sair, porque não vou mais aceitar ser desmoralizado”, desabafou.

Outro contratempo precisou ser resolvido pelo senador Adelmir Santana (DEM). Durante uma carreata realizada pela coligação, cabos eleitorais do parlamentar se recusaram a colar o adesivo de Roriz nos próprios veículos. “Foi um caso muito isolado e que já está totalmente contornado, estamos juntos e vou até o fim”, afirmou o senador, que, por não ter encontrado espaço na coligação, candidatou-se a uma vaga na Câmara dos Deputados.

Pandora
A crise política que abalou o Distrito Federal alterou o cenário eleitoral. Alguns candidatos envolvidos desistiram das próximas eleições. Entretanto, muitos continuam na disputa. O ex-secretário de Ordem Pública do DF Roberto Giffoni (DEM) foi citado em uma conversa na qual Durval Barbosa, delator do suposto esquema de corrupção, afirma ter recebido a orientação de pagar R$ 50 mil em propina ao então secretário. Giffoni é candidato a deputado federal pelo grupo de Roriz e tem participado dos compromissos de campanha do ex-governador.

Situação parecida vive a coligação Novo Caminho, que tem como cabeças de chapa Agnelo Queiroz e Tadeu Filippelli (PMDB). No evento de lançamento do comitê central do PMDB, no SIA, o ex-ministro dos Esportes dividiu o espaço com pelo menos três peemedebistas investigados: o deputado distrital Rôney Nemer, o ex-secretário de Educação José Valente e o vice-presidente da legenda, Odilon Aires, único que não é candidato. Nemer chegou a subir rapidamente no palanque, mas não permaneceu muito tempo no evento. O distrital afirmou sentir-se constrangido devido às críticas feitas pelos petistas aos citados na Caixa de Pandora.

A lista de investigados que são candidatos na coligação de Agnelo ainda inclui o deputado distrital Benício Tavares (PMDB).

1 - Esquema
No fim de 2009, a Polícia Federal deflagrou a Operação Caixa de Pandora para investigar suspeitos de participação em um suposto esquema de corrupção no Governo do Distrito Federal. As investigações resultaram na expulsão do ex-governador José Roberto Arruda do DEM e a sua cassação, além da renúncia do vice-governador Paulo Octávio (DEM), da cassação da deputada distrital Eurides Brito (PMDB) e do afastamento de outros dois deputados distritais. O caso consta do Inquérito nº 650 do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Colaborou Juliana Boechat




 - ()

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você concorda com a absolvição da Deputada Federal Jaqueline Roriz - PMN/DF, (que foi flagrada recebendo propina em 2006)

Você concorda com o Projeto de Lei 531/2011, de autoria do deputado Cristiano Araújo - PTB-DF, que propõe horários determinados para manifestações na Esplanada dos Ministérios?

Como você conheceu o @movFichaLimpa?

Qual critério tem mais peso ao escolher o candidato de sua preferência?

Mais uma polêmica envolvendo ministros. Estamos passando por uma onda de denuncismos, ou limpeza?

Você concorda com a reforma ministerial, e diminuição da quantidade de ministérios? Atualmente são 39 no total. EUA, Reino Unido, Rússia e México têm em média 20 ministérios.